Artigos - INFLUENZA AVIÁRIA

21 mar 2017

INFLUENZA AVIÁRIA

A Influenza Aviária é uma doença contagiosa que afeta as aves como a galinha, causada por diversos vírus do gênero Influenzavírus pertencente à família Orthomyxoviridae que são divididos em duas categorias: vírus de influenza aviária de alta patogenicidade (HPNAI) e vírus de influenza aviária de baixa patogenicidade (LPNAI). Os subtipos H5 e H7 geralmente são altamente patogênicos para as aves.

Nos últimos três meses houve a detecção de focos de influenza aviária em 33 países, entre eles os EUA e o Chile, e apesar de até o momento não haver nenhuma ocorrência no Brasil, as agroindústrias produtoras e exportadoras de carne de frango e as empresas produtoras do setor de ovos suspenderam a realização de visitas de todos os clientes e fornecedores às suas estruturas e áreas com aves vivas. Isso se deve tanto ao alto impacto econômico da doença quanto aos impactos na saúde pública por haver a possibilidade de transmissão da doença para outros animais e para seres humanos quando em contato com as aves infectadas.

Em virtude desses riscos, a Influenza Aviária está inserida no Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e em programas de órgãos internacionais como da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Sendo assim, toda e qualquer suspeita da doença deve ser comunicada ao Ministério da Agricultura, para que tome as medidas necessárias para o controle.

Segundo as orientações do Mapa, em caso de confirmação da doença, deve ser estabelecida uma zona de proteção de 3 Km ao redor do foco e uma zona de vigilância de 7 Km, perfazendo uma zona total de 10 Km para estudo epidemiológico e medidas sanitárias.

No estabelecimento no qual foi constatada uma ou mais aves infectadas, deve-se proceder o sacrifício e a destruição de todas as aves e suínos existentes no local, incluindo ovos e subprodutos produzidos no período possível de incubação (cerca de 21 dias), limpeza e desinfecção do local, além de outras medidas como proibição da saída de equipamentos, rações, resíduos da produção e ingresso e egresso de outros animais existentes na propriedade. A principal via de transmissão do vírus se dá por contato direto entre aves infectadas ou através de aerossóis ou fômites contaminados.

Os sinais clínicos da doença nas aves podem incluir coriza, tosse, lacrimejamento excessivo, conjuntivite, sinusite, queda na postura de ovos e até desordens neurológicas. Já nas aves silvestres e aquáticas, reservatórios naturais do vírus, a infecção geralmente é assintomática.

Além das aves silvestres migratórias, outras fontes de entrada e disseminação do vírus podem ser consideradas, tais como importação de aves e outros animais, comercialização de material genético, produtos e subprodutos avícolas e até calçados e vestimentas de turistas originários de locais onde houve casos da doença ao visitar as granjas. Como medida preventiva, o Mapa faz a vigilância sanitária das importações de origem animal. Já para o caso de viajantes, não é recomendado que visitem as granjas pelo período mínimo de 15 dias após a visitação em países que tenham foco da doença.

Para o diagnóstico da doença são necessários exames de materiais colhidos das aves como tecido e ovos para identificação de RNA e/ou proteínas virais.

Para aumentar a vigilância em relação à doença, o MAPA assinou no dia 21 de fevereiro de 2017 um texto da Instrução Normativa nº 08/2017, alterando os itens da IN 10/2013, de modo a intensificar as medidas de biosseguridade nas granjas para evitar a entrada da Influenza Aviária no Brasil. Além disso, também solicitou a realização de vigilância epidemiológica para Influenza Aviária em todos os sítios de aves migratórias reconhecidos pelo Departamento de Saúde Animal do país, além de proibir a entrada no Brasil de aves oriundas de países com casos da doença.

REFERÊNCIAS

AVICULTURA INDUSTRIAL. Novo caso de influenza aviária é confirmado em granja no Tennessee. Disponível em : <http://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/novo-caso-de-influenza-aviaria-e-confirmado-em-granja-no-tennessee/20170310-085910-H373>. Acessado em 14 de Março de 2017

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA). Plano de Contingência para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Departamento de Saúde Animal. Brasília, 2013. Disponível em< http://www.agricultura.gov.br/assuntos/ sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/arquivos-das-publicacoes-de-saude-animal/ plano-de-contingencia-versao-1_4.pdf/view> Acesso: 15 fev 2017.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ANIMAL (OIE). Avian influenza portal. Disponível em: http://www.oie.int/en/animal-health-in-the-world/web-portal-on-avian-influenza/early-detection-warning-diagnostic-confirmation/. Acesso em: 01 mar 2017.

PAIVA, L. J. M.; OLIVEIRA, L. R.; AIRES, W. O.; PEREIRA, R. E. P. Influenza Aviária. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VII, nº12, 2009.

VILELA, P. Risco de Influenza Aviária faz Brasil suspender visitas às granjas. O Presente Rural, p.06-19, 2017.

SOBRE AS AUTORAS

Ludmila Pedrosa é zootecnista pela Usp campus Pirassununga - SP.

Rafaela Ramires é zootecnista pela Unesp de Jaboticabal – SP.

Diana Yamashiro é graduanda em Medicina Veterinária pela Anhembi Morumbi.

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Istock: Buhanovskiy

Por Diana Tikako Yamashiro, estagiária do departamento Técnico, Ludmila Pedrosa, analista técnica, e Rafaela Ramires, consultora técnica da Linha de Aves e Suínos da Ourofino Saúde Animal

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