21 mai 2018

Como melhorar os resultados da IATF em rebanhos leiteiros?

A demanda produtiva na cadeia leiteira cada vez se torna mais desafiadora com a necessidade de se melhorar o manejo e aumentar a produção. Os protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) podem ser utilizados para auxiliar no aumento da produtividade, e os benefícios oriundos da técnica são diversos: melhoria na taxa de serviço e consequente diminuição no intervalo entre partos, ausência da necessidade de detecção de cio e facilitação do melhoramento genético.

Baseando-se nos diferentes sistemas de criação de fêmeas produtoras de leite presentes no território brasileiro, com animais confinados, a campo, com baixa ou alta oferta de volumoso, suplementados, com qualidade de pasto excelente ou inferior, além da grande variedade de raças e cruzamentos observados nas propriedades, bem como na imensa variação climática entre as regiões, diferentes protocolos para IATF foram desenvolvidos, com o objetivo de se aumentar a assertividade dos resultados e direcionar os manejos para atingir máxima taxa de prenhez dentro de um protocolo mais simples e acessível possível. Para tal, hoje são utilizados dois tipos de protocolos de IATF para fêmeas produtoras de leite:

1) PROTOCOLO BASE (Figura 1): O protocolo dos animais base foi estabelecido principalmente para fêmeas mestiças, em sistema de criação não intensivo (exemplo: vacas à pasto), com média ou baixa produção de leite (< 15 lts/dia). Para aumentar a eficiência do procedimento, estudos demonstram que a utilização de 400UI de eCG (equivalente a 2,0mL de SincroeCG) no dia da retirada do dispositivo promove aumento na taxa de concepção - este hormônio tem função de estimular o crescimento final do folículo dominante. A aplicação do Sincroforte no dia 10 (momento da IATF) também é muito importante, objetivando a melhoria do perfil de LH ao qual a fêmea está exposta, melhorando a formação do corpo lúteo.

2) PROTOCOLO DESAFIO (Figura 2): Os animais em desafio são aqueles que estão em situações adversas que desafiam a capacidade reprodutiva das fêmeas, tais quais: estresse térmico e/ou em sistemas de alta ingestão de matéria seca objetivando alta produção. O protocolo a ser realizado é uma modificação do protocolo base, com a adição de alguns produtos para melhor sincronizar o eixo reprodutivo das vacas – e consequentemente obter uma melhora na taxa de concepção. Neste tipo de protocolo, a aplicação de Sincroforte no D0 e a adição de uma dose de Sincrocio no D7 têm como finalidade o melhor controle do desenvolvimento da onda folicular e controle do processo de luteólise (quebra do corpo lúteo); já o Sincrogest Injetável no D14 (4 dias após a IATF), estimula o crescimento embrionário e melhora o ambiente uterino, consequentemente melhorando o processo de reconhecimento materno da gestação – estudos comprovam sua eficiência principalmente nas épocas mais
quentes do ano.

Para definir o melhor protocolo IATF, ajustado à necessidade de cada propriedade, é imprescindível a participação do médico-veterinário. Além disso, a melhoria da eficiência reprodutiva da fazenda passa pelas boas práticas de manejo na aplicação dos produtos e a busca de mão de obra qualificada para realização dos procedimentos.

Bruno Freitas, Bruna Guerreiro e Natália Costa

Especialistas Técnico em Saúde Animal

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