Artigos - Indução de parto versus qualidade da leitegada ao nascimento

23 ago 2016

Indução de parto versus qualidade da leitegada ao nascimento

           

O parto é uma fase crucial para o sucesso na produção de suínos, pois as perdas comprometem a lucratividade do plantel. A natimortalidade e a morte dos leitões nos primeiros dias de vida geram sérios problemas de produtividade, fato que pode ser reduzido com o correto acompanhamento do parto e da assistência da leitegada. Para melhor oferecer essa assistência, o ideal é que os partos sejam sincronizados, sendo possível, dessa forma, otimizar os manejos de maternidade e a mão de obra.

Para garantir a qualidade dos manejos básicos pós-parto em uma granja, a indução de parto pode servir como uma aliada ao sucesso da produtividade. Quando realizada de forma consciente e correta, pode auxiliar de forma direta determinadas tarefas diárias de uma granja, tais como: facilitar intervenções pontuais quando há dificuldades ao parto; evitar acúmulo de partos noturnos, finais de semana e feriados, onde há redução da mão de obra; ofertar maior assistência ao parto, reduzindo assim as perdas durante e logo após o parto; facilitar a realização da uniformização das leitegadas, visando à formação de leitegadas mais homogêneas; facilitar manejos básicos de maternidade pós-nascimento e até o terceiro dia de vida, como o manejo do colostro, corte e desinfecção do umbigo, desgaste de dentes, a alocação de leitões em mães adotivas e uniformidades de leitegadas pós primeira mamada, manejo do ferro e fornecimento de anticoccidicida; facilitar controle da ambiência das salas de maternidade para prevenir esmagamentos e outras perdas; permitir a realização de manejo todos dentro – todos fora e, portanto, garantir a realização de período de vazio sanitário.

Todos esses manejos rotineiros e de extrema importância são possíveis de serem realizados com maior sucesso quando os lotes de parição estão concentrados e devidamente equalizados.

 

Figura 1. Matriz suína pós-parto.

 

A indução de parto deve seguir rigorosamente alguns critérios para que não se transforme em um procedimento que possa comprometer a qualidade dos leitões ao nascer. A idade de cobertura é um detalhe que jamais pode ser ignorado, pois induções muito precoces (abaixo de 112 dias de gestação) resultam em leitões com menor viabilidade, aumento do índice de natimortalidade, partos demorados, maior ocorrência de síndrome mastite metrite agalaxia (MMA) e diminuição no número de desmamados.

É importante levar em consideração o avanço genético constante das linhagens reprodutivas, passando de uma média de 113 dias para 116 dias de período de gestação. A partir dos 110 dias de gestação os leitões ganham em média 70g/dia, podendo dessa forma, se considerarmos uma leitegada com 12,6 leitões nascidos vivos, representar uma perda de até 2 kg por leitegada.

Para não correr o risco de errar na indução, o ideal é ter um bom gerenciamento produtivo, conhecer o período de gestação da granja como um todo para determinar a data de indução, podendo ser feito da seguinte forma: avaliar as três primeiras gestações e fazer a média de duração da gestação de cada matriz, e assim estimar a data mais precisa para induzir o parto. No caso das primíparas e secundíparas temos que ter muita cautela ao induzir, pois pode variar com a linhagem genética. Para estimar uma data mais precisa e não antecipar partos, o ideal é conferir a data da primeira inseminação artificial (IA) e realizar a indução aos 115 dias para garantir um período mínimo de 114 dias.

Sabendo do grande benefício que trabalhar com a sincronização consciente de partos traz a uma granja, a Ourofino Saúde Animal oferece ao suinocultor o Sincrocio (cloprostenol sódico) (Figura 2), um potente agente luteolítico. Sua ação dá origem à regressão funcional e morfológica do corpo lúteo (luteólise), desencadeando o processo do parto na fase final de gestação, através de sua indução, e também pela ação luteolítica faz com que fêmeas depois da indução retornem normalmente ao cio, em média de 3 a 5 dias, ocorrendo uma ovulação normal.

No caso de indução de parto, a ação do cloprostenol sódico é a de mimetizar a ação dos corticosteroides secretados pelos leitões no momento em que eles estão aptos a nascer. Exogenamente estamos fazendo com que os fetos sejam expulsos de dentro do útero da fêmea. O Sincrocio deve ser administrado em dose única, intramuscular na dosagem de 0,7 mL por matriz.

                     Figura 02: Sincrocio: solução da Ourofino Saúde Animal para indução de partos.

Cientes que, para ter sucesso em uma unidade de produção de suínos, os primeiros cuidados com o leitão ao nascer são primordiais para sua sobrevivência e para um maior número de desmamados, e que a mão de obra é hoje um dos desafios da suinocultura, sincronizar partos auxilia a otimizar mão de obra, concentrando partos em dias úteis, evitando assim feriados e finais de semana, permitindo uma maior organização de lotes e melhora do manejo de maternidade nas primeiras horas de vida do leitão até o  terceiro dia de vida, onde  acontecem as maiores perdas repercutindo diretamente e positivamente na qualidade do leitão e, consequentemente, na lucratividade da granja. Produzir mais com menos é o grande desafio do suinocultor e para isso aconselhamos o uso de ferramentas como o Sincrocio.

 

 

Referências Literárias

 

http://www.scielo.br/pdf/cr/2011nahead/a5211cr2284.pdf

http:// www.ufrs.br/actavet/37-suple-1/suinos-05.pdf - acessado em  23/07/2016.

http: www.ourofinosaudeanimal.com/blog/aves - e -suíno/ manejo-de-maternidade-indução-ao-parto/ acessado em 23/0702016

 

Élia Fernanda de Campos, consultora comercial da Linha Aves e Suínos da Ourofino Saúde Animal

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