Artigos - O uso do GnRH (Sincroforte) nos protocolos de IATF para vacas de leite pode incrementar a taxa de concepção

28 jun 2017

O uso do GnRH (Sincroforte) nos protocolos de IATF para vacas de leite pode incrementar a taxa de concepção

A produtividade por animal é um dos índices que podem impactar na lucratividade das propriedades produtoras de leite. Para que o sistema seja eficiente, as vacas necessitam de ambiência, nutrição de qualidade, protocolos sanitários atualizados e genética que permita a elevação da produção de leite diária. Entretanto, incrementar a produtividade também aumenta o desafio reprodutivo dessas fêmeas e, portanto, é necessário que o manejo reprodutivo seja intensificado objetivando a manutenção da taxa de prenhez e garantindo a continuidade da produção.

A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é uma biotecnologia que pode ser utilizada rotineiramente no manejo reprodutivo da fazenda. Sua implementação promove mesma taxa de concepção em relação à inseminação artificial por observação de cio, mas possui as vantagens de diminuir o intervalo entre o parto e a concepção (Teixeira, A. – dissertação de mestrado 2013) e acabar com a necessidade de detecção de estro.

Mesmo com o estabelecimento da IATF, em propriedades com vacas de alta produção leiteira, alguns ajustes podem ser realizados no protocolo, objetivando maior eficiência em sincronizar as ovulações e, consequentemente, manter a taxa de concepção no nível desejado. Ajustes como a aplicação de Sincrogest Injetável 4 dias após a IATF (Souza, E.D. – dissertação de mestrado, 2015) podem aumentar a eficiência reprodutiva principalmente nas épocas de altas temperaturas.

Outra alteração no protocolo base que tem sido indicada é a adição de uma dose de GnRH no início do protocolo de IATF. Estudos recentes demonstram que essa prática aumenta a eficiência de sincronização do protocolo, removendo parte dos folículos persistentes que não sofrem atresia no Dia 0 – resultando em aumento da taxa de concepção. Em um comparativo utilizando-se GnRH (n=550) ou benzoato de estradiol (n=485) no dia da inserção do dispositivo de progesterona (Dia 0), pesquisadores evidenciaram uma maior eficiência quando foi utilizado o GnRH (Melo, et al., 2016 – Gráfico 1).

Gráfico 1. Taxa de prenhez com a utilização de benzoato de estradiol (BE) ou GnRH no Dia 0 do protocolo para IATF

 

Como conclusão, podemos ajustar o protocolo base e adicionar no Dia 0 uma dose de Sincroforte, da Ourofino Saúde Animal, com o objetivo de remover o folículo persistente, sincronizando de maneira mais eficiente a emergência de nova onda folicular. Ainda, duas doses de PGF (Sincrocio) podem ser utilizadas, com o objetivo de aumentar as chances de luteólise do corpo lúteo.

 

Referências

L. F. Melo, P. L. J. Monteiro Jr., R. S. Surjus, J. N. Drum, M. C. Wiltbank, and R. Sartori. Progesterone-based fixed-time artificial insemination protocols for dairy cows: Gonadotropin-releasing hormone versus estradiol benzoate at initiation and estradiol cypionate versus estradiol benzoate at the end. J. Dairy Sci. 99:9227–9237 – 2016.

Souza, E. D. F. Efeito da progesterona injetável de longa ação na função luteínica e na taxa de concepção de vacas Holandesas de alta produção submetidas à IATF. Dissertação de mestrado, VRA FMVZ/USP, DOI: 10.11606/D.10.2015.tde-24072015-161051. 2015.

Teixeira, A. A. Impacto da inseminação artificial em tempo fixo na eficiência reprodutiva de vacas de leite de alta produção. Dissertação de mestrado, VRA FMVZ/USP, DOI: 10.11606/D.10.2010.tde-16022011-150133. 2010.

 

Sobre os autores

Bruna Martins Guerreiro é médica-veterinária formada pela UNESP, campus de Jaboticabal e mestre em Reprodução Animal pela Universidade de São Paulo FMVZ/USP.

Bruno Gonzalez de Freitas é médico-veterinário formado pela FMVZ/USP e mestre em reprodução animal pela Universidade de SãoPaulo FMVZ/USP.

 

Foto

Istock

 

Bruno Gonzalez de Freitas e Bruna Martins Guerreiro, especialistas técnicos em Reprodução Animal na Ourofino Saúde Animal

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