Artigos - Complexo das doenças respiratórias dos bovinos

18 abr 2016

Complexo das doenças respiratórias dos bovinos

O crescimento exponencial da população mundial gera dúvidas referentes a disponibilidade futura de alimentos. Diante disso, a expansão da agropecuária mostra-se como ponto chave na resolução desse problema. Atualmente, o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo com aproximadamente  197,7 milhões de cabeças (ANUALPEC, 2015). Apesar dessa grande dimensão, a pecuária de corte brasileira ainda apresenta baixa eficiência. Diante disso, é imprescindível a intensificação dos sistemas de produção para maximizar a produtividade das propriedades produtoras de carne.

Nesse contexto, sistemas de produção do tipo confinamento vêm crescendo significativamente em todo território brasileiro. Entretanto, quando os animais são expostos a situações de estresse como mudanças abruptas no sistema de criação, alterações climáticas e de transporte podem deprimir o sistema imune do animal. Assim, os mecanismos de defesa do trato respiratório ficam comprometidos, o que favorece a proliferação de agentes patogênicos e estabelecimento da doença respiratória (COUTINHO, 2004; VECHIATO, 2009).

Essa intensificação no sistema de criação acaba favorecendo o aparecimento e a disseminação de enfermidades infecciosas, principalmente nas primeiras três semanas após o início do confinamento (COUTINHO, 2004). Consequentemente, pode ocorrer redução no desempenho produtivo dos animais doentes devido a redução na ingestão de alimentos.

O complexo das doenças respiratórias dos bovinos (DRB) apresenta alta incidência nos confinamentos, podendo se desenvolver devido agentes patogênicos e a fatores inerentes ao animal. Fatores ambientais como alta taxa de lotação, poeira e ventilação inadequada funcionam como agentes depressores do sistema imune do animal e simultaneamente, podem propiciar à propagação de agentes patogênicos entre os animais. Na DRB, pode inicialmente ocorrer instalação de um agente viral que afeta o sistema imunológico, criando condições propícias para colonização do trato respiratório por bactérias (agentes secundários). Destaca-se como agentes envolvidos na DRB, podendo ocorrer ação sinérgica entre eles: Mycoplasma dispar, M. bovis, Mannheimia haemolytica, Pasteurella multocida, Haemophilus somnus, vírus sincicial respiratório, vírus da parainfluenza e herpesvírus bovino (FRASER, 1991).

O primeiro estágio da DRB é a doença subclínica. O funcionamento dos mecanismos de defesa permite que o animal controle a proliferação dos agentes patogênicos sem ocorrer reação imunológica intensa e consequentemente, a disfunção pulmonar é mínima ou inexiste. Já no segundo estágio, a resposta do sistema respiratório à reação inflamatória começa a limitar o animal. Entretanto, mecanismos compensatórios corrigem a perturbação das trocas gasosas e promovem adaptações funcionais (vasoconstrição, aumento do tônus dos músculos respiratórios) para melhor eficiência respiratória. No terceiro estágio, o animal é mais afetado pelas disfunções e pelas lesões ocasionadas pela resposta inflamatória (comprometimento da integridade dos tecidos) do que propriamente pelos agentes patogênicos. Por fim, no quarto estágio têm-se lesões pulmonares provocadas pelos agentes patogênicos, pelas enzimas proteolíticas e pelos radicais livres liberados pelas células inflamatórias que podem ameaçar a sobrevivência do animal (RADOSTITS, 2007).

 A cura bacteriológica depende da severidade da infecção e da natureza dos agentes. Nos casos mais avançados onde a doença chega a evoluir para fibrose, aderências ou abscessos no tecido pulmonar, nenhum tratamento conseguirá corrigir satisfatoriamente o quadro (GAVA, 1999). O animal pode sobreviver, mas terá o desempenho comprometimento devido a redução da capacidade respiratória. Dessa forma, a eficiência para cura clínica está diretamente associada à agilidade na identificação de indivíduos doentes e na escolha da terapia antimicrobiana mais efetiva.

 Para minimizar os prejuízos econômicos ocasionados pelas doenças respiratórias em bovinos, a Ourofino Saúde Animal dispõe do potente antimicrobiano RESOLUTOR® (Figura 1), à base de Marbofloxacina 20%. Esse antibiótico pertence ao grupo das fluorquinolonas e apresenta excelente ação no tratamento de doenças respiratórias bacterianas em bovinos causadas por agentes Gram-positivos e Gram-negativos sensíveis à Marbofloxacina. O RESOLUTOR® deve ser administrado em dose única, via subcutânea, na dosagem de 1mL para cada 25 kg de peso vivo. Seu princípio ativo tem efeito bacteriano concentração-dependente, apresenta alta biodisponibilidade e perfusão nos tecidos inflamados. Em função do baixo período de carência, o RESOLUTOR® pode ser utilizado com total segurança até 5 dias antes do abate dos animais. 

Figura 1. Solução Ourofino para desafios respiratórios

 

 

Referências:

ANUALPEC. (2015). Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: Informa Economics FNP, 2014.

COUTINHO, A. S. (2004). Mannheimiose pneumônica experimentalmente induzida em bezerros pela Mannheimia (Pasteurella) Haemolytica A1- Cepa D153: Achados do exame físico, hemograma e swabs nasal e nasofaringeano. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade Estadual Paulista, Botucatu.

FRASER, C. M. (1991). Manual Merck de veterinária: um manual de diagnóstico, tratamento, prevenção e controle de doenças para o veterinário. 6. ed. São Paulo: Roca.

GAVA, A.; SOUZA, R.S.; NEVES, D.S.; TRAVERSO, S.D.; BARROS, C. S. L. (1999). Pasteurelose em bovinos em confinamento. In In: Encontro nacional de patologia veterinária, 9. (p. 18). Belo Horizonte.

RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; D.C, HINCHCLIFF, K. W. (2007). Veterinary medicine: A textbook of the diseases of cattle, horses, sheep, pigs, and goats. (10th ed.). Philadelphia: Saunders.

VECHIATO, T. A. F. (2009). Estudo retrospectivo e prospectivo da presença de abscessos hepáticos em bovinos abatidos em um frigorífico paulista. Dissertação (Mestrado em Clínica Médica) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade de São Paulo, São Paulo.

 

 

 

Bruna Martins Guerreiro e Dalmo Quilis

Especialista Técnico em Saúde Animal e Estagiário do Departamento Técnico - Ourofino Saúde Animal

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