Artigos - SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO DE SUINOS

23 nov 2015

SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO DE SUINOS


Carcaças com e sem Ractosuin. (Foto: Vinícius Cantarelli)

Diante das mudanças no cenário de produção suinícola precisamos nos adaptar frente as diversas exigências do mercado consumidor nacional e mundial. Um dos assuntos que precisamos estar atentos e levar a sério trata-se da sustentabilidade do sistema de produção de suínos.

Fica a pergunta: O que seria sustentabilidade na suinocultura? De acordo com o dicionário Aurélio, sustentabilidade é o modelo de sistema que tem condição de se manter ou conservar, ou seja, um sistema que tenha capacidade de se conservar por um prazo maior de tempo e que leva em consideração questões econômicas, sociais, energéticas e ambientais. Tendo em vista que produzimos proteína animal destinada ao consumo humano e este consumidor exige mudanças na forma de produção precisamos nos adequar.

Novas tecnologias surgem a fim de nos ajudar a atender estas solicitações de mercado. Entre elas estão novos modelos de instalações, novas praticas de manejo, novos ajustes nutricionais, investimentos em animais de alta performance genética e aditivos melhoradores de desempenho, porque precisamos produzir mais com menos.

Figura 1. Ciclo da Sustentabilidade em Suinocultura

 

Aditivo Melhorador de Desempenho

Podemos explorar e explicar o impacto do desenvolvimento desta tecnologia no sistema de produção, o aditivo melhorador de desempenho que vamos tratar é a Ractopamina, que passou a ser validada no Brasil em 1996, e passa a ser uma ferramenta para um aumento na produtividade dos rebanhos, assim como um impacto imediato na qualidade da carne produzida e no meio ambiente. Desta forma temos uma melhora na competitividade do sistema de produção permitindo assim a sustentabilidade.

De acordo com Cantarelli, et al., (2009), a ractopamina pertence ao grupo dos agonistas beta-adrenérgicos, que age no metabolismo do animal , levando  a redução da síntese de gordura e redução na deposição de gordura subcutânea.  Além da ação nas células proteicas musculares que leva a melhoras consideráveis nas características quantitativas das carcaças suínas. (Schinckel et al., 2003).

Figura 2 . Visualização do impacto da ractopamina na carcaça

 

Avanços no uso de Ractopamina

Muita pesquisa tem sido desenvolvida com base na Ractopamina, para entender o seu efeito diante de diferentes situações. Hoje levamos em  consideração o uso da ractopamina de acordo a necessidade do sistema de produção de uma forma individualizada, pois sabemos que o aumento na produtividade  e o resultado do uso da ractopamina varia de acordo com os itens abaixo:

Doses: 5ppm; 10ppm; 15ppm ou 20ppm (Ferreira 2009 ; Garbossa2010)
Balanço Nutricional : Lisina, Proteína Ideal e Nivel Energetico (Almeida 2008)
Categoria Sexual: machos; femeas e imunocastrados (Amaral et al 2010 e Amaral et al 2009 e Barbosa 2010)
Genética
Manejo Alimentar : ad libitum ou restrição (Cantarelli et al 2009)

 

Resultados esperados com o uso da Ractopamina:

12% amais no ganho de Peso

Melhorias de 12 % na conversaão alimentar

8% a mais de carne magra

15% mais rentabilidade

10% menos água

Menor excreção de nitrogênio

 

Além de aumentar o ganho de peso, reduzir o consumo de ração e, consequentemente, melhorar a conversão alimentar, pesquisadores vêm estudando os impactos da utilização de ractopamina no ambiente. Os potenciais benefícios deste aditivo estariam relacionados ao aumento da retenção dos nutrientes, especialmente nitrogênio e fósforo (Decamp et al., 2001), reduzindo deste modo contaminações ambientais causadas pela excessiva carga de eliminação destes elementos.

Ractopamina e o mundo:

 O Brasil, assim como os Estados Unidos, Canadá e Austrália autoriza o emprego de cloridrato de ractopamina na dieta de suínos. Diferentemente, outros países, como os membros da União Europeia, China e Russia que usam a ractopamina como uma barreira comercial.

Ainda continuaremos a usar esta tecnologia que tem possibilitado aumentar a produtividade das granjas.

 

Referências:

CANTARELLI, V. S.; FIALHO, E. T.; ALMEIDA, E. C.; ZANGERONIMO, M. G.; AMARAL, N. O.; LIMA, J. A. F. Características da carcaça e viabilidade econômica do uso de cloridrato de ractopamina para suínos em terminação com alimentação à vontade ou restrita. Ciência Rural, v. 39, p. 844-851, 2009. CATALANO, D.; ODORE, R.; AMEDE

SILVEIRA, T. F. Ractopamina na alimentação de suínos. Belo Horizonte, 2007. Disponível em: http://www.suinoculturaindustrial.com.br/PortalGessulli/WebSite/Noticias/ractopamina-naalimentacao-de-suinos,26472,20081118094055_Q_425.aspx

Revista Brasileira de Zootecnia © 2010 Sociedade Brasileira de Zootecnia ISSN 1806-9290 www.sbz.org.br Níveis de ractopamina para suínos machos castrados em terminação mantidos sob estresse por calor1 Josilene Figueiredo Sanches2, Charles Kiefer3, Alfredo Sampaio Carrijo3, Mariana Souza de Moura2, Elizangela Alves da Silva2, Alexandre Pereira dos Santos

MANNO, M.C.; OLIVEIRA, R.F.M.; DONZELE, J.L. et al. Efeitos da temperatura ambiente sobre o desempenho de suínos dos 30 aos 60 kg. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.2, p.471-477, 2006. MARINHO, P.C.; FONTES, D.O.; SILVA, F.C.O. et al. Efeito da ractopamina e de métodos de formulação de dietas sobre o desempenho e as características de carcaça de suínos machos castrados em terminação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.4, p.1061-1068, 2007a. MARINHO, P.C.; FONTES, D.O.; SILVA, F.C.O. et al. Efeito dos níveis de lisina digestível e da ractopamina sobre o desempenho e as características de carcaça de suínos machos castrados em terminação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.6, p.1791-1798, 2007b. ORLANDO, U.A.D.; OLIVEIRA, R.F.M.; DONZELE, J.L. Níveis de proteína bruta para leitoas dos 30 aos 60 kg mantidas em ambiente de alta temperatura (31ºC). Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.5, p.1536-1543, 2001.

 

Melissa Meinhardt

Vendedora Técnica Paraná

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