Artigos - Quimioprofilaxia: a prevenção necessária

26 dez 2017

Quimioprofilaxia: a prevenção necessária

A mudança de estação traz novamente uma das maiores preocupações do pecuarista, os carrapatos. Com os parasitas, problemas correlacionados a eles tendem a aparecer de maneira mais evidente, como a Tristeza Parasitaria Bovina (TPB), também conhecida nomes de tristezinha, amarelão, doença do carrapato, entre muitos outros. Pouco importa o nome da enfermidade, o fato é que as perdas decorrentes de tal problema são as mais diversas possíveis, indo desde um atraso no desenvolvimento até mesmo a morte dos bovinos.
 
 
Muitas vezes o produtor só procura uma solução quando a situação já está instalada e com perdas visíveis do ponto de vista financeiro, mas tal problema pode ser reduzido se utilizarmos estratégias e protocolos em momentos anteriores ao desafio. Para tanto, o primeiro passo é reconhecer que o problema irá se instalar após o início das chuvas, pois é nesta época que visualizamos um aumento significativo na população de carrapatos e moscas - os vetores necessários para a disseminação do problema. Para tanto, o uso do controle estratégico de carrapatos é um minimizador do problema, contribuindo para redução dos casos.
 
 
Outro ponto importante é agir de maneira preventiva sobre a TPB. É recomendado o uso de produtos à base de Imidocarb como o Enfrent da Ourofino Saúde Animal. Muitos produtores confundem o uso do Imidocarb como sendo vacina, mas tecnicamente não é, pois o modo de ação de vacinas é totalmente diferente da quimioprofilaxia promovida após a utilização de tais bases. A quimioprofilaxia não promove diretamente a proteção necessária. Para uma proteção efetiva é necessário contato com os agentes envolvidos com a TPB, para que os mesmos sofram com a ação da molécula do princípio ativo que irá combater os agentes que serão debelados e assim facilitar o reconhecimento pelas defesas orgânicas dos animais, gerando assim uma proteção que dura em torno de 12 meses. Devido a esse cenário, torna-se interessante a repetição do protocolo nos dois primeiros anos de vida do animal. Devemos, no entanto, recomendar sempre o uso de seringas de volume reduzido (5 ou 10 ml) para uma aferição correta da dose aplicada, além de a necessidade da pesagem, seja com fita ou balança, dos bovinos a serem tratados, pois o erro em animais jovens pode ser fatal já que o peso deles deve ser observado com cuidado, tendo em vista que para cada 40 kg de peso é necessário somente 1 ml de produto para a efetiva proteção.
 
 
Outro ponto a ser ressaltado é o fato da ação da molécula ser mais duradoura no organismo do animal, conferindo ao mesmo um período de proteção relativamente longo. Podemos utilizar a molécula quando sabemos que o animal irá sofrer um maior desafio no quesito imunidade frente a carrapatos. Estes momentos são a troca de lote, desmama, transporte etc. Para evitar ou minimizar o surgimento da enfermidade podemos usar preventivamente o produto. Uma possibilidade de utilização da base seria a Metafilaxia. Neste protocolo, após a identificação dos animais acometidos, o tratamento com o Diaceturato (Pirofort) e a Oxitetraciclina (Ourotetra Plus LA) se mostram menos hepatotóxicos e mais recomendados para a enfermidade. Já no restante do lote, nos bovinos que não apresentam sinais clínicos evidentes, devemos utilizar o Imidocarb (Enfrent) para controlar a disseminação do problema minimizando os prejuízos.

Marcelo Arne Feckinghaus, Pietro Massari e Marcel Onizuka, do Departamento Técnico da Ourofino Saúde Animal

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