03 dez 2019
Controle de mastite em rebanhos leiteiros
A mastite é o problema mais frequente em rebanhos leiteiros do mundo. Essa doença é definida como a resposta inflamatória resultante da infecção do tecido mamário, podendo ser potencialmente fatal. As mastites são responsáveis por causar perdas econômicas associadas à redução na produção, alterações na composição e qualidade do leite.
Segundo o National Mastitis Council (EUA), existe um conjunto de medidas essenciais para o controle da mastite:
1. Rotina de coleta de dados sobre a sanidade do úbere
Obtenção do histórico de animais com mastite clínica (indivíduo, ocorrência, quarto afetado, grau de severidade, tratamentos anteriores), CCS individual e do tanque, e identificação dos agentes causadores.
2. Metas para os indicadores de sanidade do úbere
Definir metas após a análise de situação do rebanho:
Tabela 1. Metas recomendadas para o controle da sanidade do úbere em rebanhos leiteiros.
3. Melhorar o conforto e ambiência
Monitorar as condições higiênicas das camas (limpas e secas) se os animais forem confinados, dimensionar corretamente as instalações das vacas em lactação e maternidade, principalmente com objetivo de controlar a contaminação e a mastite ambiental.
4. Eficiência durante a ordenha
Padronizar os procedimentos durante a rotina de ordenha, promovendo eficiência, rapidez e diminuindo o risco de novas infecções. Manter os tetos das vacas sempre limpos, secos e estimulados. Utilizar o teste da caneca de fundo escuro para o diagnóstico da mastite clínica, desinfecção dos tetos com solução pré-dipping, secagem com uso de papel toalha descartável, ordenha em tempo hábil e desinfecção com solução pós-dipping.
5. Manutenção dos equipamentos da ordenha
O equipamento de ordenha deve ser monitorado com frequência, preservando a saúde da glândula mamária e otimizando a ordenha. Além disso, os ordenhadores capacitados para o uso correto dos equipamentos de ordenha.
6. Tratamento dos casos clínicos de mastite
Os agentes causadores da mastite devem ser identificados sempre que possível, quando não há disponibilidade desse recurso, o diagnóstico e tratamento clínico devem ser realizados imediatamente. Além disso, o médico veterinário deve ser consultado para o melhor direcionamento dos tratamentos. Durante o período de carência, os animais devem ser separados e seu leite descartado.
7. Controle de mastite durante o período seco
O uso da terapia de secagem é indicado para vacas que apresentarem mastite clínica e subclínica durante o período de lactação. Os animais que apresentarem valores inferiores a 200.000 células somáticas/ml nos últimos 3 meses de lactação e sem a ocorrência de mastite clínica durante esse período, podendo ser tratados apenas com selante na secagem. O tratamento com antibióticos no período seco tem por objetivo resolver os casos de mastite subclínica que ocorreram durante a lactação.
8. Manejo de vacas com mastite crônica
Vacas com mastite crônica devem ser identificadas e ordenhadas por último, ou até mesmo descartadas, para que não se tornem fonte de infecção dentro do rebanho, já que apresentam menor taxa de cura aos tratamentos. Exemplos de agentes causadores de mastites crônicas: Staphylococcus aureus, Nocardia spp., Pseudomonas spp., Prototheca spp., Strep. uberis.
9. Medidas de biossegurança
Animais vindos de outras propriedades devem ser monitorados e consultados a respeito do histórico de mastite clínica e subclínica. As vacas que apresentarem histórico de CCS alta e que forem introduzidas na ordenha devem ter seu leite coletado para cultura e isolamento do agente, além de serem segregadas e ordenhadas ao final.
10. Avaliar as medidas de controle
Os programas de monitoramento e controle de mastite devem ser avaliados com relação ao alcance das metas. Os manejos e protocolos de tratamento necessitam de acompanhamento, devido à dinâmica dos agentes causadores, mudanças climáticas, rotatividade da equipe e inovações nos tratamentos clínicos.
Para o tratamento das mastites clínicas em diferentes intensidades, a Ourofino Saúde Animal possui produtos de alta eficiência como Ciprolac®, Resolutor® e Maxicam 2%.
Para diminuir os prejuízos causados pela mastite e tratando as mastites subclínicas no período de secagem, a Ourofino indica o protocolo de secagem com Ciprolac® e Sellat® controlando as infecções da glândula mamária.
Fernando Polizel e Marcelo Feckinghaus
Departamento Técnico Ourofino
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