Artigos - Safesui Circovírus

07 nov 2023

Safesui Circovírus

A circovirose suína é uma das principais doenças presentes nas suinoculturas comerciais de todo o mundo e é causada pelo Porcine circovirus 2 (PCV2), também conhecido como circovírus suíno 2. PCV2 é um dos menores vírus que acometem os animais, medindo de 15 a 17nm de diâmetro. É um vírus não envelopado, apresenta simetria icosaédrica e contém um genoma de DNA fita simples circular. Atualmente, já existem relatos de nove diferentes genótipos de PCV2 circulantes no mundo.

O primeiro relato de PCV2 no Brasil foi na década de 90, causando grandes perdas econômicas e mortes de suínos na fase de crescimento e terminação. Por ser tratar de um vírus altamente contagioso, capaz de acometer suínos de diferentes faixas etárias e muito resistente ao meio ambiente, o PCV2 acabou disseminando-se rapidamente na suinocultura, causando inúmeras perdas econômicas e afetando negativamente a suinocultura brasileira.

As perdas econômicas associadas ao PCV2 ocorrem porque o PCV2 é o agente responsável por causar um conjunto de síndromes multifatoriais chamadas de doenças associadas ao circovírus suíno (PCVAD). Dentre as diferentes doenças que podem ser causadas pelo PCV2 estão: a síndrome multissistêmica do definhamento de suínos, a síndrome da dermatite e nefropatia suína, distúrbios reprodutivos, enterites, complexo respiratório dos suínos e falhas reprodutivas. Estas manifestações clínicas demonstram o impacto que a infecção pode ter em um rebanho, e a variedade de doenças associadas ao PCV2 evidencia que se trata de uma doença multifatorial, ou seja, outros fatores predisponentes precisam estar presentes para que ocorra a manifestação dos sinais clínicos.

Os suínos infectados pelo PCV2 podem apresentar perda de peso progressiva, atraso no crescimento, palidez corporal, aumento nos linfonodos inguinais, icterícia, tosse, dispneia, diarreia, enterite, dermatite e nefropatia. Durante a necropsia é possível observar alterações macroscópicas como por exemplo: aumento dos linfonodos; edema pulmonar e áreas de consolidação pulmonar; úlceras gástricas; presença de manchas esbranquiçadas com distribuição multifocal na região subcapsular dos rins, aumento de tamanho renal; e lesões de pele arredondadas, vermelho-amarronzadas com distribuição difusa. Essas lesões macroscópicas são comuns em suínos infectados com o PCV2 e podem variar em gravidade dependendo da forma da doença e de outros fatores.

Além das manifestações clínicas associadas ao circovírus, sabe-se que PCV2 pode levar a depleção linfoide, resultando em imunossupressão. Como consequência do enfraquecimento do sistema imunológico, os suínos tornam-se mais susceptíveis a patógenos oportunistas, como bactérias e vírus. Muitos estudos relatam a identificação de coinfecção entre PCV2 e outros patógenos, como, por exemplo Mycoplasma hyopneumoniae, vírus da influenza suína, diferentes genótipos de PCV2 e até PCV3. A presença de agentes secundários concomitante a infecção pelo PCV2 podem acarretar na manifestação de diferentes sinais clínicos e alterações macroscópicas.

Foto de arquivo pessoal: suíno acometido com lesões de pele arredondadas vermelho-amarronzadas e confirmado positivo para PCV2 através da técnica de PCR.

 

Após o surgimento das vacinas de PCV2, a ocorrência das doenças associadas ao circovírus suíno apresentou uma redução substancial, no entanto a infecção subclínica ainda pode ocorrer. As infecções subclínicas ocorrem quando os animais não apresentam sinais clínicos aparentes, entretanto, o agente infeccioso está circulante na granja ocasionando infecções mais brandas. Nota-se um aumento discreto no número de casos de problemas reprodutivos, maior incidência de diarreia, demora no ganho de peso, desempenho zootécnico insatisfatório, entre outros sinais clínicos discretos a moderados.

Até o momento, a forma mais eficaz de controle e prevenção das doenças associadas ao PCV2 é a vacinação dos suínos. As vacinas contra o PCV-2 possuem a capacidade de estimular uma resposta imune eficiente, tanto humoral quanto celular, conferindo imunidade nos suínos contra a infecção causada pelo PCV2. Como resultado, observamos uma redução significativa dos sinais clínicos, diminuição da viremia, menor excreção viral e uma diminuição na incidência de lesões associadas ao PCV2. A escolha de uma vacina eficaz, como a Safesui Circovírus, capaz de induzir uma boa resposta imune, é fundamental para um bom desempenho zootécnico da granja.

A Safesui Circovírus é uma vacina contra PCV2 destinada a vacinação de leitões a partir de 21 dias de idade para prevenir circovirose suína e as doenças associadas ao circovírus suíno. A vacinação pode ser feita através de um protocolo de dose única pela via intramuscular ou um protocolo de duas doses consecutivas, pela via intramuscular, com intervalo de 14 dias entre as aplicações. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção deste vilão da suinocultura.

 

 

 

Viviane Sisdelli Assao

Médica Veterinária, Mestrado e Doutorado com ênfase em sanidade de suínos. Pesquisadora P&D na Ourofino Saúde Animal

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